Até 2027, é esperado que o e-commerce mundial atinja o valor de mercado de US$ 9,3 trilhões, com uma taxa de crescimento de 9,5% ao ano, de acordo com o levantamento da GlobalData.
A partir desses dados, já é possível ter dimensão do quanto o comércio eletrônico está aquecido e cheio de oportunidades. Mas, para aproveitar essa onda de crescimento no seu próprio negócio, é preciso manter o seu empreendimento relevante.
Nesse sentido, é essencial estar por dentro das principais tendências de mercado para implementá-las de acordo com o momento e estratégia do seu negócio.
Quer saber mais sobre o futuro do e-commerce e conhecer as oito principais tendências para 2024 e para os próximos anos? Acompanhe a leitura até o final!
1. Varejo omnichannel
O varejo omnichannel desponta como uma tendência relevante já há alguns anos. Essa estratégia de negócio consiste em integrar canais online e offline com ajuda da tecnologia.
O objetivo é proporcionar uma experiência de compra integrada, na qual os consumidores não sintam diferença de atendimento, preço, produtos e políticas ao transitar entre espaços físicos e digitais.
Um esforço que muitos negócios têm feito nesse sentido é a implementação da Prateleira Infinita, que permite integrar estoque e pagamentos. Dessa forma, se o cliente vai até um estabelecimento físico e não tem o produto em uma cor ou tamanho desejados, ele pode finalizar a compra e receber o item em casa.
Portanto, a estratégia evita a ruptura de estoque, problema comum no varejo que impacta a conversão de vendas.
Vale destacar que, de acordo com o The Global Payment Report 2024, 68% dos compradores acreditam que uma experiência omnichannel integrada será importante no futuro, enfatizando a necessidade da integração dos universos on e offline para oferecer a experiência de compra que os consumidores já demandam.
2. Inteligência Artificial
A Inteligência Artificial é uma tendência que vem sendo muito discutida em diversos mercados, sobretudo no e-commerce. Mas, como a maioria das novidades, medos e inseguranças podem surgir atreladas às mesmas.
A boa notícia é que essa apreensão geral já está sendo transformada. Segundo relatório da WGSN, até o próximo ano as pessoas não enxergam mais a IA como uma ameaça.
No Brasil, a tecnologia já é bem recebida por mais da metade da população. 57% dos brasileiros acreditam que produtos e serviços que utilizam IA têm mais benefícios do que desvantagens, de acordo com o mesmo estudo.
Especialmente no mercado de empreendedorismo digital, a Inteligência Artificial pode ser muito bem aproveitada para mitigar erros humanos e processos demorados, refinar a experiência do usuário, oferecer uma conexão mais profunda entre cliente e marca, e aprimorar mecanismos de segurança digital e prevenção à fraude.
A IA generativa é a grande aposta para essas funções, visto que esse tipo de tecnologia é capaz de produzir conteúdos e informações autênticas em questão de segundos, contribuindo para análises e resoluções de problemas complexos de forma cada vez mais assertiva e refinada.
3. ESG
Crise climática, esgotamento de recursos ambientais, emissão de poluentes, questões éticas sobre mão de obra e políticas trabalhistas… todos esses são aspectos que não podem mais ser ignorados pelo mercado, independentemente de qual elo da cadeia você seja.
Logo, o ESG (Environmental, Social and Governance), que é um conjunto de padrões e boas práticas a serem adotados por empresas e outros agentes econômicos da sociedade, surge para equilibrar a geração de valor do negócio à responsabilidade socioambiental e passa a ser uma tendência importante para o futuro do e-commerce e de toda a cadeia produtiva.
4. Recommerce
Em linha com o ESG, o recommerce é uma tendência cada vez mais em alta no Brasil e no mundo e que tem como estratégia a revenda de produtos usados.
Os brechós não são uma novidade, mas a popularização desse tipo de negócio e a migração para o ambiente digital fazem dessa uma grande aposta para os próximos anos.
Para os comércios, são muitas as possibilidades de negócio, sendo possível revender eletrônicos, roupas, calçados, móveis, itens infantis, entre tantos outros. Para os consumidores, é uma oportunidade de conquistar itens de desejo a preços mais acessíveis.
E, para o mercado com um todo, há o benefício de colocar em rotatividade produtos que poderiam acabar no lixo, ou seja, reduz-se o impacto ambiental do consumo.
Com a ascensão da geração Z como população economicamente ativa, essa tendência se intensifica, com uma maior preocupação socioambiental e estilos retrô de volta em alta no mundo da moda.
5. Retail Media
Com a descontinuação dos cookies de terceiros, o Retail Media surge como uma estratégia de publicidade online muito interessante. Nesse caso, grandes marketplaces e outros grandes sites do varejo abrem espaços publicitários em seus portais para outros negócios fazerem anúncios.
Como os consumidores já deram autorização expressa no processo de cadastro para esses sites, via política de privacidade, os anunciantes passam a ter acesso direto a dados primários e em tempo real, tornando seus anúncios muito mais assertivos para os objetivos estipulados.
Além disso, as marcas têm a chance de alcançar os consumidores em um ambiente propício à compra. Essa abordagem aproveita a atenção dos clientes no momento certo, estabelecendo uma relação vantajosa entre os marketplaces e os comerciantes, enquanto fornece insights valiosos sobre os padrões de compra.
Ainda este ano, é esperado que o investimento em Retail Media cresça 43,5% no Brasil, de acordo com dados da Insider Intelligence.
6. Carteiras digitais
No Brasil, as carteiras digitais representam apenas 16% das compras no e-commerce atualmente, segundo o The Global Payment Report 2024.
Mas é preciso ter atenção a esse mercado, que já desponta no resto do mundo e tem tudo para conquistar a atenção dos consumidores por sua comodidade e vantagens.
Para se ter uma ideia, a nível global, essa forma de pagamento já é utilizada em 50% das compras no e-commerce, também de acordo com o The Global Payment Report 2024.
As carteiras digitais são aplicativos que organizam e integram diversas formas de pagamento de um consumidor, podendo ser usadas em estabelecimentos físicos, via pagamento por aproximação ou de forma remota em compras online.
Algumas carteiras oferecem descontos, cashbacks e outras vantagens para os consumidores. O ponto é que, ao utilizar uma carteira digital, o cliente não precisa abrir mão da sua forma de pagamento preferida, já que o aplicativo viabiliza pagamento por cartões, Pix etc., e ainda pode aproveitar os benefícios citados anteriormente.
Então, para o seu e-commerce se manter relevante, é preciso ter atenção às carteiras digitais e outras formas de pagamento emergentes. Afinal, em um checkout, quanto mais formas de pagamento estiverem disponíveis, maiores as chances do cliente finalizar a compra.
7. Pagamentos invisíveis
No mesmo sentido da tendência anterior, os pagamentos invisíveis — aqueles que são quase imperceptíveis ao consumidor — tendem a ganhar cada vez mais espaço no e-commerce nacional.
Assim como o tempo de atenção dos usuários a uma informação tem se reduzido a cada dia, as compras precisam se tornar cada vez mais ágeis para serem finalizadas com sucesso.
One-click buy, pagamento por aproximação, pagamento recorrente… são todas ferramentas que podem ajudar a criar uma experiência de pagamento invisível com potencial para melhor atender seus clientes e aumentar as suas taxas de conversão.
Segundo um estudo feito na base da Amazon, pioneira na tecnologia de compra com um clique, essa funcionalidade aumentou em 30% a conversão de vendas da gigante do varejo. Isso mostra todo o potencial dos pagamentos invisíveis para otimizar as margens de lucro da sua operação.
8. 3DS, tokenização… tudo pela segurança
Pensando no âmbito da segurança das compras digitais, duas tecnologias que já estão sendo implementadas no Brasil e que tendem a se popularizar são o 3DS e a tokenização de bandeira.
O 3DS, ou Three Domain Secure, é um protocolo de segurança projetado para autenticar o titular do cartão durante transações online. Funciona quase como um segundo fator de autenticação, podendo ser uma checagem ativa, com tokens, SMS ou Face ID e até mesmo autenticação silenciosa.
Vale lembrar que o 3DS é uma tecnologia que existe já há alguns anos e era empregado apenas em compras no cartão de débito, mas causava muita fricção pelos formatos de validação existentes até então.
Agora, o protocolo 3DS 2.0 faz essas validações em questão de segundos e é capaz de enviar dez vezes mais informações para a instituição emissora, trazendo mais assertividade para a validação da transação.
Assim, a tecnologia ajuda a mitigar fraudes, garante uma maior taxa de conversão de pagamentos e reduz o risco de contestações de compras, já que as aprovações são mais assertivas. Além disso, o banco emissor assume o risco de prejuízo financeiro em caso de um eventual chargeback.
A tokenização de bandeira é outra novidade que tem grande potencial para tornar o ambiente de compra digital mais seguro e, consequentemente, com cada vez mais adeptos.
Com a tokenização, em vez dos dados reais do cartão e do usuário transitarem entre os agentes envolvidos no arranjo, as informações são substituídas por um token, que consiste em uma combinação aleatória de caracteres alfanuméricos.
O token só pode ser utilizado em conjunto com um criptograma, que é emitido pela bandeira e pelo emissor do cartão. Esse criptograma funciona como uma chave de uso único para o token e é alterado após cada transação.
Isso significa que, mesmo se os dados forem interceptados, não podem ser utilizados para realizar transações fraudulentas.
Essas inovações oferecem uma camada adicional de segurança, reduzindo consideravelmente os riscos associados ao armazenamento e transmissão de informações confidenciais.
Conclusão
Essas são as oito principais tendências para o futuro do e-commerce em 2024 e para os próximos anos. É importante estabelecer, dentro da estratégia de negócio do seu empreendimento, quais pontos são prioritários a serem implementados.
Vale lembrar que novidades surgem a todo momento e um negócio relevante precisa manter a consistência e se pautar em seu plano de negócios.
Este artigo foi escrito pelo time do Pagar.me, tecnologia de pagamento digital e omnichannel do Grupo StoneCo.